terça-feira, 12 de junho de 2012


Paulo Bento quer ver a Selecção Nacional repetir a boa exibição efectuada no jogo com a Alemanha diante da Dinamarca.
Melhorar eficácia.

Selecção Nacional cumpriu, esta terça-feira, em Opalenica (Polónia), o último treino antes da partida de amanhã diante da Dinamarca agendada para as 17h00 (19h00 locais) na Lviv Arena.


O Seleccionador Nacional, Paulo Bento, contou com a disponibilidade dos 23 jogadores convocados no apronto que foi aberto à Comunicação Social durante os primeiros 15 minutos.


Pelas 11h30 (12h30 locais), a Equipa das Quinas partiu de Poznan (Polónia) para Lviv (Ucrânia), onde Paulo Bento e Hélder Postiga marcaram presença na habitual Conferência de Imprensa.


Hélder Postiga titular
Paulo Bento confirmou que o avançado Hélder Postiga vai ser titular frente à Dinamarca. "Gostei da exibição da equipa, já o disse, depois de ver o jogo continuo com a mesma ideia, de que jogamos e fizemos o suficiente para conseguir um resultado completamente diferente. Os jogadores virem à Conferência de Imprensa não quer dizer se jogam ou não, mas para evitarmos outras questões, amanhã [quarta-feira] joga o Hélder", afirmou o técnico.


Sem revelar o "onze" inicial, Paulo Bento garantiu que não fará "muitas alterações, seguramente", e, desvalorizando a ausência de remates por parte de Postiga no último encontro, elogiou o seu desempenho.


"Preocupar-me-ia se só um ponta-de-lança tivesse feito um remate e mais nenhum jogador o tivesse feito. Como fizemos vários remates e tivemos várias oportunidades não me preocupa. Eu continuo a pensar que o ponta-de-lança tem necessidade de fazer golos, mas não é a única forma de avaliar um ponta-de-lança. Eu não avalio os pontas-de-lança só pelos golos que fazem", afirmou o técnico.


Paulo Bento recordou que Postiga foi "o segundo melhor marcador da fase de qualificação, atrás do Cristiano Ronaldo", tal como ocorreu no Real Madrid, durante a última temporada.


"O Benzema, que é ponta-de-lança, é o segundo melhor marcador do Real Madrid atrás do Cristiano Ronaldo também. Em termos estratégicos, o jogo não é só fazer golos, só atacar, é defender, saber onde queremos pressionar, como e onde o queremos fazer, e para isso é preciso ter na frente quem o possa fazer, que o saiba fazer e o queira fazer. Todos o sabem fazer, a verdade é que, nesse aspeto, aquele que está ao meu lado tem sido extraordinário e, por isso, amanhã [quarta-feira] vai continuar a jogar, sabendo que os outros têm condições, capacidade e competência para o fazer", explicou.


O Seleccionador Nacional sublinhou depositar idêntica confiança nos três avançados e rejeitou que manter a aposta em Postiga seja arriscada.


"Para mim uma aposta de risco é jogar com dez ou com nove jogadores, agora entrando com 11 é uma aposta normal. Qualquer jogador que eu colocasse, em qualquer posição que fosse, era porque me dava garantias de fazer o máximo pela seleção nacional. Já lhes disse, e eles sabem praticamente desde o primeiro dia, os três motivos pelos quais me podem dececionar e até agora não o fizeram", referiu.


Assegurando ter "igual confiança" em Hélder Postiga, Hugo Almeida ou Nélson Oliveira, o Seleccionador luso justificou a escolha com a "estratégia para o jogo" com a Dinamarca.


Repetir boa exibição
Paulo Bento espera que Portugal repita a "boa exibição" do jogo de sábado com a Alemanha e seja mais eficaz diante da formação nórdica.


"Esperamos repetir a boa exibição que fizemos e aumentar o nível de eficácia, porque vamos jogar contra uma equipa que tem na eficácia uma das suas principais armas", afirmou.


Após a derrota com a Alemanha por 1-0, no último sábado, Paulo Bento referiu a necessidade de a Equipa das Quinas reeditar o triunfo conseguido no Estádio do Dragão, no Porto, por 3-1, no jogo que marcou a sua estreia como Seleccionador, na fase de qualificação para o Europeu, reconhecendo que "já passou muito tempo, as equipas estão em outro momento e noutro contexto".


"Estamos mais pressionados do que antes do jogo com a Alemanha, não é a primeira vez, não será a última e quem está em alta competição tem de estar habituado. O resultado que nos alimenta, o objetivo, é a vitória. Basta-nos ganhar, não precisamos mais do que isso", frisou Paulo Bento, acrescentando que continua a "a acreditar na qualificação para os quartos-de-final".


Melhorar eficácia
O Seleccionador Nacional considerou que a Equipa das Quinas tem de "melhorar a eficácia", relativamente ao jogo com a selecção germânica, e sublinhou que o favoritismo é repartido, apesar de admitir alguma "vantagem" para a Dinamarca, depois de ter vencido a Holanda na primeira ronda.


"Não acho que haja [um favorito]. São duas equipas que são muito equilibradas que mantêm os seus sistemas em relação aos últimos dois jogos, que têm a mesma ambição, o mesmo objetivo. A vantagem pode estar do lado da Dinamarca, porque pode jogar com dois resultados. Temos 50 por cento de possibilidades de ganhar, temos de esgotar ao máximo as nossas hipóteses e tentar contrariar a mais-valia do adversário, sabendo que o podemos fazer, porque já o fizemos uma vez e podemos fazer mais vezes", salientou.


Além do triunfo no Dragão, Paulo Bento referiu-se ainda ao desaire em Copenhaga, por 2-1, quando o empate era suficiente para Portugal se apurar para o Euro 2012 sem ir ao "play-off", e num jogo em que, de acordo com o técnico, a formação dinamarquesa "apertou" a seleção lusa.


"Temos de estar preparados para uma equipa que possa fazer o que fez em Copenhaga, que foi apertar-nos o mais alto possível, tentar impedir desde o início que saíssemos a jogar ou, se estiver em função de já estar com três pontos, a jogar com o bloco mais baixo a explorar situações de ataque rápido e de contra-ataque", frisou.


Paulo Bento assegurou que a Selecção lusa tem como "missão, até ao último momento, não desistir nunca", e reconheceu que será positivo que a ansiedade promova a concentração dos jogadores portugueses diante de uma equipa cujo triunfo diante da Holanda não surpreendeu o técnico.


"A mim não me surpreendeu a vitória da Dinamarca sobre a Holanda, o conhecimento que temos e o que a Dinamarca demonstrou foi uma forte organização. Defensivamente soube fechar os espaços, também teve alguma felicidade por a Holanda não ter marcado em alguns momentos, mas, depois, é uma equipa com capacidade para gerir os momentos ofensivos", descreveu.


Desvalorizando uma eventual saída mais apressada de Cristiano Ronaldo no final do jogo com a Alemanha, o selecionador luso assumiu-se como "responsável" pela situação e apelou à compreensão, porque "nem toda a gente reage da mesma maneira a uma situação adversa" e que, segundo o técnico, que "teve algo de injusto".

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