terça-feira, 5 de junho de 2012


João Moutinho e Hugo Viana marcaram presença na Conferência de Imprensa
Sonho na mente.

A Selecção Nacional treinou, esta terça-feira à tarde, pela primeira em território polaco.


No apronto em Opalenica, "quartel-general" da Equipa das Quinas durante o Euro 2012, que foi presenciado por muitos espectadores, Nani, que ficou no hotel a fazer trabalho de recuperação a um traumatismo do pé direito foi o único ausente.


Perante meio milhar de observadores, vários com as cores, os guarda-redes portugueses realizaram trabalho específico às ordens de Ricardo Peres, enquanto os restantes jogadores faziam exercícios de aquecimento.
Seguiu-se um exercício de transição ofensiva apenas com uma baliza e o apronto terminou com um treino de conjunto em campo reduzido.


A formação lusa volta a treinar em Opalenica na quarta-feira, às 09h30 (10h30 locais( , num ensaio que terá apenas os 15 minutos iniciais abertos à comunicação social e que antecede a habitual Conferência de Imprensa às 11h30 (12h30 locais).


“No futebol não há favoritos”
Na primeira Conferência de Imprensa em Opalenica, o médio Hugo Viana lembrou que no futebol não há favoritos e mostrou-se confiante que no sábado, na estreia de Portugal no Euro 2012, frente à Alemanha, a Selecção vai superar os erros cometidos nos encontros particulares.


“No futebol já foi demonstrado muitas vezes que não há candidatos. Numa prova destas, pode haver uma equipa muito mais forte, mas todas partem em igualdade. Não há grupos da morte”, defendeu Hugo Viana.


Para o médio, o Grupo B, no qual estão Portugal, Alemanha, Holanda e Dinamarca, é “um grupo normal, com boas equipas”, em que nenhum resultado pode ser excluído à partida.


“Estou a lembrar-me do Euro 2004 que foi ganho pela Grécia, por quem ninguém dava nada”, fez notar.


Novo nesta Selecção e “nesta geração com Paulo Bento”, Hugo Viana está feliz com o que encontrou. No entanto, a satisfação com os resultados nos dois particulares resume-se à exibição.


“No jogo contra a Turquia a equipa esteve bastante bem. O resultado não foi o melhor, mas no sábado faremos uma exibição com um resultado diferente”, defendeu.


O internacional, que representou Portugal nos Mundiais de 2002 e 2006, acredita que se Portugal tivesse acertado na finalização, a derrota contra a Turquia (1-3) não teria acontecido.


“Queríamos ter dado no jogo da despedida um resultado bom ao público que lá foi. Mostrámos alguma ansiedade, houve situações que não podem acontecer nestas provas. Tenho a certeza que no sábado isso não acontecerá”, assegurou.


Frente à Alemanha, segundo Hugo Viana, Portugal não vai mudar o estilo de jogo, porque, apesar dos germânicos serem uma seleção “muito boa”, a Equipa das Quinas também o é.


O médio do Sporting de Braga assumiu que não pensa que o facto de não ter sido utilizado em jogos oficiais pelo Seleccionador Nacional não representa uma desvantagem na luta pela participação do Euro 2012.


“Partimos todos da mesma linha para representar o País. O importante é Portugal conseguir os objetivos, independentemente de quem jogue. Neste momento, o mais importante é preparar o jogo e não entrar num pensamento de querer desesperadamente jogar. Eu, da minha parte, já disse que o importante é ajudar em caso de ser chamado”, disse.


Para Hugo Viana, quando se representa o país, “que é objetivo maior de qualquer pessoa”, é indiferente a posição em que se jogue.


Portugal defronta a Alemanha no sábado, na cidade ucraniana de Lviv, às 19h45 (21h45 locais).


Cristiano Ronaldo como exemplo
Hugo Viana defendeu que Cristiano Ronaldo é um “excelente” capitão por ser um exemplo “dentro e fora de campo”.


“Cristiano é excelente nesse aspeto [ser capitão]. O Seleccionador não dá a braçadeira de capitão a qualquer jogador. Dentro e fora de campo, tem mostrado ser um exemplo”, garantiu.


Questionado sobre a excessiva atenção concedida pela imprensa internacional a Cristiano Ronaldo e Nani, Hugo Viana considerou-a “normal”, já que os seus companheiros da Selecção jogam em “duas das melhores equipas europeias” e são dois dos melhores do mundo.


“O Cristiano é o melhor do mundo, o Nani aspira a esse prémio”, concluiu.
Os elogios aos futebolistas do Real Madrid e do Manchester United foram partilhados por João Moutinho que descreveu os colegas como “dois jogadores no topo do mundo”.


“São dois jogadores que desequilibram mais, mas o futebol é um conjunto e de certeza que eles vão pôr a sua qualidade em prol do grupo”, argumentou.
O médio João Moutinho garantiu que Portugal vai encarar o jogo com a Alemanha, que marca a estreia da Selecção no Europeu, sem ter na mente um ajuste de contas pela eliminação nos quartos-de-final do Euro2008.


“Não podemos pensar em ajuste de contas. É mais um jogo, extremamente difícil, contra uma excelente seleção. Vamos tentar entrar em campo com a mente limpa, não pensando nos resultados com a Alemanha”, disse, referindo-se à derrota por 3-2, que afastou a Equipa das Quinas do Campeonato da Europa em 2008 e do qual saiu lesionado.


O internacional luso é perentório ao afirmar que “o passado não ganha nada” e que o jogo de sábado com a “Mannschaft” será decidido nos “pequenos detalhes”.


“E é nos pequenos detalhes que queremos ser mais fortes”, completou.
Frente à Alemanha, o resultado que importaria era a vitória, mas, caso Portugal não seja capaz de sair da cidade ucraniana de Lviv com os três pontos, há que esperar pelo final para fazer as contas quanto à passagem para a fase seguinte.


Passo a passo com o sonho na mente
Estabelecida como meta primeira meta a presença nos quartos-de-final é, para João Moutinho, apenas o princípio do caminho.


“Claro que não ficamos satisfeitos só de passar. Há sempre o sonho da vitória final, mas sabemos que temos de ir passo a passo”.


Para ajudar nesse propósito, Portugal tem “três excelentes pontas de lança” que, apesar de não terem faturado nos particulares com Macedónia e Turquia, podem, na opinião de Moutinho, marcar golos já no sábado.


O médio do FC Porto está preparado para jogar, superada que está a lesão no calcâneo direito, qualquer que seja a posição que Paulo Bento lhe reserve.
“Estamos aqui para ajudar em qualquer posição, seja a número dez, oito ou seis. Será a posição em que o ‘mister’ achar que rendemos mais”, defendeu, recusando a assumir-se como candidato a novo “dez” na Selecção.

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