A BOLA estava ao lado dele quando recebeu a notícia da primeira convocatória, com o enviado especial a Manchester, em Inglaterra, o jornalista Paulo Menezes. Foi a mãe de Ronaldo, Dolores Aveiro, que lhe telefonou a dar a novidade.
Ronaldo disse, logo depois, ao repórter de A BOLA: «Não esperava. É um sonho cumprido.» Dois dias antes, Ronaldo tinha sido apresentado pelo Manchester United, clube que o contratou ao Sporting.
As emoções do futebol português por essa altura, sobretudo no que dizia respeito à Seleção, centravam-se curiosamente à volta de um nome que, hoje, não tem grande importância na história: Bruno Vale.
Scolari, o selecionador, anunciava nesse 15 de agosto uma convocatória onde estava pela primeira vez o nome de Ronaldo, sim, mas também o nome do então terceiro guarda-redes do FC Porto, que era titular nos sub-20 e tinha feito um ótimo torneio em Toulon.
O titular dos dragões nessa altura era Vítor Baía, que mais uma vez - e essa já era a sétima convocatória de Scolari - ficava de fora. O treinador brasileiro justificava as escolhas aos jornalistas, metendo quase Bruno Vale e Ronaldo num mesmo saco: «Quero ver o que fazem no futuro. Se terão condições para que pensemos em convocá-los para mais jogos e para o Europeu. Esperemos que Ronaldo jogue ao mesmo nível do que tem feito no Sporting. Quero observar se o potencial dele é realmente aquele, porque se for passaremos a ter 5 ou 6 jogadores para 4 posições...»
Dessa convocatória de há dez anos só resta Postiga, que estava no Tottenham, no atual grupo da Seleção. Os outros eram, além do mencionado Bruno Vale, Ricardo, Miguel, Fernando Couto, Fernando Meira, Jorge Andrade, Rui Jorge, Nuno Valente, Costinha, Maniche, Deco, Rui Costa, Hugo Viana, Figo, Simão e Pauleta.
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