segunda-feira, 4 de junho de 2012


«Vivemos na dependência de Ronaldo» - Toni.


Campeão nacional como jogador e treinador do Benfica, o antigo médio internacional português António Oliveira (Toni) não perdeu a confiança na Seleção pelos resultados dos últimos dois jogos, mas vê uma quebra de qualidade da equipa.


«As expectativas são as mesmas desde o sorteio. Alemanha, Holanda e Dinamarca são os adversários, um grupo extremamente difícil. Fruto dessa conjuntura de dificuldade, há fatores motivacionais muito fortes, e é nesses que sustento a nossa participação neste Europeu. Tenho a consciência de que, em termos de qualidade, a Seleção vem perdendo essa qualidade. A do Europeu de 2000 é, para mim, a melhor Seleção», disse Toni na Luz, à margem da apresentação da camisola oficial do Benfica que homenageia dos mais famosos jogadores bigodudos do clube.


«Dizia o Uli Hoeness [antigo avançado alemão] que quando tinha 20 anos, jogava numa equipa onde pontificavam Beckenbauer, Netzer e Muller. E dizia Hoeness que era só passar a bola a um desses, que o jogo se tornava mais fluído. E, em 2000, isso acontecia. Depois, isso passou a acontecer, mas menos, embora ainda se cozinhou no Mundial-2002 e no Euro-2004. Mas daí para cá, vivemos um pouco assim como que na dependência daquilo que acontece com o Cristiano Ronaldo. Isto sendo pragmáticos e objetivos! Um pouco com a nossa latinidade, e à portuguesa, tivemos dois resultados menos brilhantes e já parece que só o quarto lugar no grupo é o que nos está reservado?! Por isso, penso que é, realmente, nesta perspetiva, que sustento as minhas expectativas», afirmou Toni.


PREOCUPAÇÃO COM O FUTURO


No entanto, o baixar da fasquia das expectativas pode trazer vantagens. «Ninguém está a dar nada por esta Seleção, há, realmente, um défice de qualidade que vem sendo marcante e que vai afunilando em relação aos próximos anos, e essas são as minhas maiores preocupações, o futuro, em termos de apuramentos para Mundiais e Europeus, vai-se afunilando o leque de opções. Mas se fosse jogador, depois de ouvir Paulo Bento no final do jogo com a Turquia, continuava a acreditar na Seleção! Porque o líder é esse. A forma como o Paulo Bento esteve é que transmite confiança aos seus comandados», concluiu.

Sem comentários:

Enviar um comentário