Era uma conferência para falar do futuro, mas Fernando Santos não se livrou de falar do passado, sobretudo porque incluiu na sua primeira convocatória Ricardo Carvalho, Tiago, Danny e Ricardo Quaresma, jogadores que não contavam para Paulo Bento.
No entanto, recusou que esta sua escolha para os jogos com a França e a Dinamarca seja uma declaração de quebra com o passado: «Não há quebra nenhuma, estamos a falar de futuro, os critérios são claros e são escolhas que eu acho que podem preencher a minha ideia e estratégia para estes jogos. Há um caminho novo a percorrer, foram esses os meus critérios.»
Critérios que foram exaustivamente analisados. «Não faço futurologia, mas o passado interessa pouco. Já disse que se a FPF não inibe, eles estão disponíveis. O meu critério é outro. Respeito as decisões de quem esteve aqui antes, mas agora tomo as minhas decisões. Não me parece que tenha havido faltas de respeito pelo símbolo nacional, talvez uma atitude menos positiva, o Ricardo até esteve castigado durante um ano pela federação. O Tiago voltou a manifestar disponibilidade, não vejo qual é o problema . Aqui não há nada contra ninguém, somos pessoas diferentes, só.»
Fernando Santos foi ainda obrigado a sublinhar que é apenas diferente de Paulo Bento, quando foi convidado a comentar as atitudes de Ricardo Carvalho e Danny – um abandonou o estágio depois de um treino, o outro terá, alegadamente, simulado uma lesão. «É muito simples – não foi comigo. O que temos é um presente que eu quero que projete um futuro brilhante, não há passados nem futuro. Pensamos só em ganhar estes jogos», disse o novo selecionador.
Para o técnico, não há dúvidas sobre as mais valias destes quatro jogadores. «Que trazem os seus regressos? Qualidade técnica, tática, estratégica. Não tenho nenhuma dúvida sobre a disponibilidade total deles, ou não tinham sido convocados. Se preenchem requisitos não percebo porque a questão é colocada. Têm toda a minha confiança.»
Quanto a Ricardo Quaresma, tudo pacífico: «Não podemos dizer que não tem jogado, está na plenitude das suas capacidades. O meu critério foi técnico-tático, estratégico, não importa agora quem vem, quem não vem.»
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